terça-feira, setembro 12, 2006

"Ligações perigosas"

Para quê, perder tempo com "teorias da conspiração"? Segundo um artigo de Uzine Chris (http://globalresearch.ca/articles/CHR205A.html), o grupo Carlyle é uma companhia de investidores privados que gere perto de 13 milhões de dólares de investimentos em diferentes empresas de produção de armamento, de telecomunicações e de laboratórios farmacêuticos. As quatro empresas mais importantes deste grupo são: Empi, Inc (medicamentos e produtos médicos), Medpointe, Inc (medicamentos e preservativos), United Defense Industries, Inc (tanques e veículos blindados para o exército americano e para exportação) e United States Marine Repair (navios de guerra não nucleares). Isto faz do grupo Carlyle um dos principais fornecedores do Pentágono e actualmente controla mais de 160 sociedades em 55 países, entre os quais a França. Franck Carlucci, curiosamente, antigo secretário de estado da Defesa no governo de Ronald Reagan, é o grande patrão do grupo. Igualmente curiosa é a relação de Bush- pai, John Major, Karl Otto Pohl (ex-presidente da Bundesbank), Fidel Ramos (ex-presidente das Filipinas), Artur Levitt (ex-presidente da Security Exchange Commission) e James Baker (ex-secretário de estado de Bush sénior) com este grupo financeiro, como agentes de relações públicas. Mais fantástica ainda, é a relação da família Bin Laden com a Carlyle: à data dos atentados em Nova York e Washington, a família Bin Laden tinha 2,02 milhões de dólares investidos no grupo, até em 26 de Outubro de 2001 um despacho lacónico da agência Associated Press dar conta da retirada desse capital, na sequência de um anúncio publicado a 27 de Setembro do mesmo ano no Wall Street Journal, sobre a participação dos Bin Laden no grupo Carlyle. Apesar do estado de choque geral na sequência dos atentados, os media, na altura, não deram importância ao assunto. É certo que Ossama Bin Laden cortou relações com a família, por isso não é legítimo envolvê-la no financiamento da Al-Qaeda. No entanto, também é certo que nem todos os membros da família de Ossama Bin Laden se afastaram dele, o que torna o caso um tanto nebuloso. Certo é que os investidores no grupo Carlyle conseguem beneficiar de um retorno de 34% por ano, o que não admira, dada a procura de material bélico por parte do exército americano, que em 2002 pediu ao Congresso que libertasse nada mais nada menos que 500 milhões de dólares para a aquisição de tanques Crusader – fabricados por uma das empresas do grupo Carlyle –, a pretexto da luta contra o terrorismo. Além disto, tanto a diversificação de actividades do próprio grupo, como os contactos que tem quer a nível nacional quer internacional, como a sua "rede" de negócios, institui uma “aliança”, no mínimo, suspeita e perigosa entre a indústria farmacêutica, as guerras do petróleo e os media, que faz da "teoria da conspiração" uma banalidade pueril.

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